top of page

Projeto Pibid

"Rural e Urbano: diferentes na paisagem, mas cada vez mais misturados"

TEMA: Ação 8

"O rural e o urbano: fronteiras e confluências"

I. JUSTIFICATIVA

       As bolsistas do programa institucional de bolsas de iniciação a docência - PIBID, do curso de Pedagogia da Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG, desenvolveram um projeto sobre o tema “Rural e Urbano: Fronteiras e Confluências”. O projeto consiste em promover a realidade e a distinção entre paisagens rurais e urbanas a partir do conhecimento prévio dos alunos.

       O projeto relaciona suas ideias no ensino promovendo com os alunos a ação dos hábitos culturais e a diferença o modo de vida e suas realidades sociais. Neste contexto, procurando contribuir para um melhor conhecimento do aluno sobre o espaço geográfico em que vive, entendendo os processos econômicos e as condições ambientais da região Urbana e Rural.

       Portanto, faz-se necessário utilizar formas simples e atraentes para as crianças no espaço escolar para que possam distinguir os tipos de linguagem usada em cada região. Promovendo atividades que despertem o interesse das crianças, sendo possível as fazer entender e criar novos valores e sentimentos em relação ao que vão conhecer sobre cada região.

II. OBJETIVO GERAL

Desenvolver interações pedagógicas significativas por meio de atividades práticas e reflexivas proporcionando o levantamento preliminar da realidade através da analises dos fatos.

III. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Envolver no processo de ensino aprendizagem uma perspectiva educacional dialogada, participativa e compartilhada.

  • A partir da realidade, mostrar as atividades que possam modificar o ambiente.

  • Motivar posturas que influenciem nas relações e interações da comunidade numa perspectiva educacional valorativa.

  • Ampliar a capacidade reflexiva adotando para isso compromisso coletivo, interativo e viável.

IV. ÁREA DE ABRANGÊNCIA

O projeto de intervenção pedagógica será realizado na Escola Estadual “Professor Chico Dias”, situada a Rua Joaquim José Ferreira, nº 71, bairro Danilo Passos II, na cidade de Divinópolis/MG, sendo aplicado aos alunos das turmas do Projeto de Educação Integral, do turno matutino.

 

V. REFERENCIAL TEÓRICO

A denominação do espaço como “rural” e “urbano” está associada pela materialização dos elementos próprios no espaço geográfico que os caracteriza como tal. Embora citados como meios distintos devido às especificidades da dinâmica econômica, cultural, técnica e estrutural de seus meios, as inter-relações existentes entre eles são cada vez mais perceptíveis e condizentes ao estudo desse aspecto.

Além dessa definição introdutória, o estudo do rural e do urbano intercala-se de forma complexa nos demais elementos que norteiam sua inter-relação. Como são ambos constituintes de práticas cotidianas refletidas pelas ações sociais e naturais do meio, a influência em aspectos tais como: paisagem, organização social, linguagem e traços culturais são temas para abordagens específicas ao estudo em questão.

Assim, rural e urbano tendem a se apresentar de maneira ampla, muitas vezes colocada de forma não coesa e profundamente marcada pelo avanço de técnicas e transformações produzidas a partir de sua conjuntura e impulsionados pelo avanço social e tecnológico atual. Portanto, é fundamental a percepção da ação ativa com que o homem interfere em ambos ambientes, proporcionando assim a fusão destes.

  1. AS TRANSFORMAÇÕES NA PAISAGEM

Deve-se entender por paisagem, toda a parte do espaço geográfico compreendida dentro de um campo visual, seja ela constituída por elementos culturais e/ou naturais. Observada de forma concreta, a paisagem molda-se por influência natural ou pela ação humana, sendo essa última compreendida como fator contínuo, uma vez que o homem intervém até mesmo onde não está. Ambas as situações são percebidas através da temporalidade com que os fatos procedem, diante de variantes estabelecidas para o dinamismo intrínseco da paisagem.

A ação proveniente dos elementos naturais, embora de influência “branda” ao ambiente, não delimita-se por sucessivos retratos estáticos, mas por ações constantes elementares ao ambiente, os quais podem intensificar–se por fatores externos a ele. A interferência humana, diz respeito a diferentes características de realidades observadas, identificando-se os diferentes tipos de deslocalização e relocalização de funções e pessoas no espaço cada vez mais dilatado e, consequentemente, sem limites consistentes e estáveis.

O espaço e suas modificações no tempo estão diretamente relacionados aos valores socioculturais construídos em determinados contextos pré-estabelecidos e, como tal, em contínua mudança e evolução. De forma acelerada, o processo de produção do espaço passou pelas mais diversas transformações, promovendo um atual cenário heterogêneo, no qual aspectos culturais variam conforme os ambientes existentes, atendendo-se as necessidades humanas ou preservando traços herdados historicamente, resumindo-se ao fato da formação substancial de organização do espaço.

Podemos compreender como diferentes sociedades interagem com a natureza na construção de seu espaço, as singularidades do lugar em que vivemos, o que o diferencia e o aproxima de outros lugares e, assim, adquirimos uma consciência maior dos vínculos afetivos e de identidade que estabelecemos com ele. Também podemos conhecer as múltiplas relações de um lugar com outros lugares, distantes no tempo e no espaço, e perceber as marcas do passado no presente. (BRASIL, 2001, p.67).

Na medida em que a paisagem exprime as facetas sensoriais do espaço, em contrapartida das variações temporais, a aprendizagem deve ser construída como um sistema identitário desmembrado da delimitação física condicionada pela sociedade. A paisagem deve ser assumida como elemento central aos aspectos e variações das realidades rurais e urbanas, ordenada como uma espécie de objetos e materiais que atuam de forma significativa ao sistema comunicado, reproduzido, experimentado e explorado pelos indivíduos também pertencentes a ela. 

   2. O EFEITO DA URBANIZAÇÃO

O processo de urbanização iniciado no século XVIII com a Revolução Industrial, assim como o sistema capitalista instaurado a seguir, tem significativa influência nas alterações promovidas tanto na zona rural quanto na zona urbana observadas nas últimas décadas. A organização do espaço e da dinâmica dos indivíduos está diretamente ligada aos modelos econômicos e sociais pré-estabelecidos na contemporaneidade.

No entanto, a urbanização acelerada sem planejamento tem como consequência problemas de ordem ambiental e social. Algumas das principais características problemáticas da urbanização sem o devido planejamento são: o inchaço demográfico das cidades e seu crescimento desordenado, aumento da poluição, êxodo rural e a consequente precariedade das condições de vida no meio rural, dentre outras questões diretamente relacionadas a graves desdobramentos econômicos e sociais.

Não se pode desconsiderar também, o desenvolvimento proporcionado pelo avanço tecnológico gerado pelo movimento de urbanização. Graças a recorrente disposição com que os bens e serviços são oferecidos à população de forma amplificada, os espaços mesclam-se possibilitando comodidade e praticidade a todos os locais de convivência, fato esse notoriamente observado na implantação de recursos tecnológicos nas áreas rurais, especialmente nos relacionados ao lazer e entretenimento.

Portanto, as influências advindas da urbanização formam uma teia, onde cada vez mais urbano e rural encontram-se em determinante estado de ligação e correlação aos aspectos que se inserem em ambos os contextos geográficos. Assim, é importante uma constante análise das consequentes situações construídas por essa relação, almejando-se qualidade de vida e equilíbrio entre as duas realidades atingidas.

O rural e o urbano possuem relação de complementaridade e até de dependência de um espaço para com o outro, de forma que suas relações geográficas e econômicas são ao mesmo tempo complexas e integradoras. Destacam-se nesse sentido, as manifestações comerciais e industriais, agentes protagonistas diante do sistema econômico atual. Podemos dizer então, que é possível identificar práticas e atividades realizadas no campo que são regidas pela dinâmica de particularidades da cidade e vice-versa.

   3. ASPECTOS CULTURAIS E TRAÇOS DE INFLUÊNCIA

Para melhor contextualização da influência dos traços próprios dos espaços rural e urbano, é considerável a exemplificação e estudo iniciada pelo ambiente em que os envolvidos estão inseridos e a organização local do município que abrange tal área de convivência. Partindo do local para o global, é possível a identificação das variantes geográficas do espaço.

À medida que o espaço se transforma, fica cada vez mais em evidência a constituição de fatores que atendam as necessidades da sociedade e a incorporação de influências provenientes de especificidades culturais do meio rural e do urbano. São fatores que reafirmam a proximidade e relação com que ambos os ambientes se interagem. São aspectos isolados que incorporados a um novo dinamismo configuram-se como novas representações de forma a aprimorar e agregar modelos culturais já existentes.

São as representações artísticas, musicais, culinárias, vestuário, entre outras que despertam a fomentação de novos modelos representativos, além de também identificar as diferenças presentes em cada realidade. O melhor exemplo desse aspecto pode ser percebido através das representações linguísticas, onde são evidenciadas a singularidade da comunicação, em seus vícios de linguagem e gírias locais.

Portanto, não se pode falar integralmente de um espaço sem mencionar o outro, pois neles há conteúdos, funções e significados que não são individualmente identificados. Embora rural e urbano sejam expressões da realidade geográfica, eles podem ser meios para o acesso à leitura espacial, pertinentes à compreensão dos fenômenos sociais e naturais.

VI. CRONOGRAMA

13/03/2017 

Inicialmente, haverá dinâmica de interação para conhecimento entre as bolsistas e os alunos. Os alunos, assim como as bolsistas, serão organizados em filas. Em seguida, serão sorteadas fichas que identifiquem a localização dos participantes nas filas para sua apresentação, entre elas as características do local que moram, trabalhando assim, espaço, lugar e paisagem. Por fim, haverá apresentação em slides sobre o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência e da proposta pedagógica da ação referente ao 1° Semestre de 2017 “O rural e o urbano: fronteiras e confluências”. 

20/03/2017 

Serão organizados pelas bolsistas slides que demonstrem as modificações e características próprias das paisagens rurais e urbanas. A seguir será encenado pelas bolsistas adaptação do conto “Os três porquinhos”, no intuito de se estabelecer a relação entre os dois ambientes. 

27/03/2017 

Serão apresentados em slides, exemplos de tirinhas do personagem Chico Bento da Turma da Mônica de forma a evidenciar as variações linguísticas próprias do meio rural. A seguir será confeccionado pelos alunos painel com exemplos de discursos próprios da linguagem estudada e ilustrações dos personagens. 

03/04/2017 

Será proposto aos alunos sarau de profissões características das áreas rurais. Serão apresentados aos alunos instrumentos que evidenciem as práticas realizadas no campo de forma a aproximar a questão econômica rural para a realidade dos alunos, explorando as especificidades de cada profissão. 

10/04/2017 

Será realizada uma oficina envolvendo a produção dos alunos com elementos característicos da cultura rural, evidenciando o artesanato.  

17/04/2017 

Apresentação do filme “Os Sem Floresta”. Será passada a ficha técnica explorando o máximo o pedagógico. 

24/04/2017 

Slide urbano: apresentação do espaço geográfico, condições ambientais, importância do campo no urbano, linguagens, processos econômicos, hábitos culturais e realidades sociais. 

08/05/2017 

Introdução à horta: Plantação na garrafa pet. 

15/05/2017 

Apresentação da ação 9: Introdução de Sabores e Saberes e relação entre ambas. 

Criação de um roteiro para a apresentação do Sr. Sebastião. 

22/05/2017 

Apresentação do livro “Vivências”* de Adélia Prado. Roda de conversa sobre antepassados. 

29/05/2017 

Confecção de embalagens do beijo quente para a Festa Junina. 

05/06/2017 

Ensaio da Festa Junina. 

12/06/2017 

Ensaio da Festa Junina. 

19/06/2017 

Confecção do livro de receitas. 

26/06/2017 

Piquenique. 

 

VII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Teresa. Paisagem – Em busca do lugar perdido. Finisterra: 2001. P.67-74

BRASIL. Ministério da Educação e do Deporto. Referencial Curricular Nacional da educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, Secretaria da Educação Fundamental, 1998.Vol. 1;

BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais. 3ª ed. Brasília: Ministério da Educação e Cultura, 2001;

LEMA, Paula Bordalo. Representações espaciais em geografia: da paidagem como objetivo, às lógicas espaciais e modificações do território. In: Revista da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. N.10, Lisboa. Edições Colibri: 1997. P. 97-119

Ministério da Educação. Secretária de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral.  Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013. 542p;

SILVA, Felipe Batista; MARQUES, Teresa Sá; DELGADO, Carlos. Processos de expansão urbana e mudanças na paisagem: ensaio metodológico (1950-2000). Revista da Faculdade de Letras – Geografia – Universidade do Porto. III série, vol I, 2012, p.161-183;

© 2017 por Escola Estadual Professor Chico Dias.

  • w-facebook
  • Twitter Clean
  • w-googleplus
  • w-youtube
bottom of page